sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Meu sol

Eu ainda vejo cada amanhecer com a magia da primeira vez que lhe vi.
Eu sinto a chuva como se ela purificasse a minha alma, assim como seu sorriso.
Sinto o sol aquecer a minha pele, assim como cada vez que seu olhar se encontrava com o meu.

Você me mostrou que o sol bate em nossa pele como música,
acaricia nossa alma, e faz bem.
Ao seu lado, eu não me sentia pra baixo,
como em todos os dias escuros e frios da minha vida. 
Dias que estavam aqui antes de você chegar.
Dias que por mais que eu tente, minha mente insiste em lembrar.
E por mais que a minha mente se esforce, você ainda me faz esquecer.
Toda escuridão.
Como se fosse o meu sol, em um dia frio.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Insegurança.

Sabe, eu tenho vontade de lhe chamar para um café.
Um lugar bacana, que tenha um bolo de chocolate bem gostoso.
O tempo lá fora, esteja bastante agradável, e caia uma chuva inesperada.
Durante horas, perderíamos nossas mentes, em assuntos triviais e essenciais.
Comeríamos o bolo, deixaríamos o tempo passar, enquanto a xícara de café esfria.
O carro lá fora, molhado, saberia que não iríamos voltar tão cedo.
Conversaríamos sobre tudo. Sobre o mundo, sobre mim, sobre você.
Sobre nós.
A hora de irmos embora, nunca chegaria.
Preocupação com horário, estaria longe de tudo isto.
Falaríamos de tudo.
Falaríamos do quão agonizante tem sido esta distância.
Falaríamos do quão ruim foi ter permitido esta dúvida.
A noite cairia, e veríamos quanto tempo havia se passado.
O carro nos esperava, um pouco frio pela chuva que já havia deixado nossas conversas.
Estava tudo tão quieto. Estava tudo tão solitário.
Eu lhe levaria até sua casa. Sem nada pra dizer, um buraco entre nós.
Como pude ser idiota. Este era o motivo da insegurança.
Não queria deixar você ver o abismo aqui dentro.
De todas as minhas faces, esta é minha mais sombria.
Exatamente o que eu não queria lhe mostrar.
Você entraria em sua casa, com um olhar distante, tanto como se fossemos estranhos entre nós.
A cabeça baixa, iria mostra que não queria ter dito adeus, em todas as vezes que nos vimos.
E então, eu me lembraria de todas as despedidas.
Me esqueceria de todos os nossos sorrisos.
E veria todas as coisas que nunca dissemos.
Rever tudo que deveríamos ter dito, e saber que nos tornaríamos diferentes por isto.
E apenas, desistimos pela insegurança de não desabafar.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Fragmentos de uma alma doentia...

Eu realmente queria ter a resposta pra tudo.
Me torturo por isto, mas, quem sabe o que é no final?
Um plano, uma brincadeira, uma lição...
Só deus sabe...
Talvez ele tenha até esquecido o significado de tudo isto...
Depois de tanto tempo... De tantas histórias...
Talvez nunca houvesse um significado, ou até mesmo um deus.
Talvez apenas nós não queríamos abandonar esta realidade,
que tanto rejeitamos, e ao mesmo tempo, amamos...

Respostas

Um rosto estranho ao meu lado, me mostra todos os meus pecados.
Uma vida de mentiras, manchada com partes escuras que ninguém queria conhecer.
Um dia nublado, me mostrando a luz que eu não queria ter vivido.
Você me mostra minha escuridão, e me deixa sozinho agonizando.

Eu não posso mais amar algo assim.
Não sei nem se algum dia já houve algo em tudo isto.
Muitas partes em mim, querem manter este segredo guardado,
enquanto outras, queriam destruir tudo que existe ao meu redor.

Eu não quero odiar tudo isto, eu não quero mais fazer parte de tudo isto.
Eu sinto que fosse me desfazer, que fosse esquecer tudo isto.
Que eu realmente poderia me perder na escuridão,
mas isto não faria diferença.

Você sabe bem que não consigo me livrar de meus demônios.
Nunca fugi de minhas lutas, sempre bati de frente com as dificuldades.
me torturei por respostas, que muitas vezes me fizeram miserável.
Você sabe que eu sempre estive aqui, por mais que isso me mutilasse...

Como se...

Minha cara, como você faz isto?
Eu lhe vejo, e apenas sorrio,
como se este mundo não existisse, ou fosse cenas de um filme feliz.
Meus pensamentos, me abandonam, nada passa pela minha mente,
me torno um completo tolo.
Quando vejo teu sorriso, é inacreditável.
Nada que vi por este grande mundo, se compara.
Nada do que já presenciei, pode ser igualado.

É a coisa mais linda que já vi.

Como você faz isto? Como assim?
Você faz o meu sangue pulsar em minhas veias,
como se as mesmas estivessem suportando todo o oceano.
Minha pele se arrepia, a cada toque.
E mesmo assim, sinto que você está tão longe...
Como se nunca houvesse chegado aqui.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quem sou eu?

Tantos eus em mim, coexistindo e se destruindo eternamente.

Criando dor e prazer, destruindo e construindo, me elevando, e amaldiçoando.

Tudo isto, em um ser que nem existe.
Como me definir? Como responder quem eu sou?
Como saber que tudo não é uma ilusão, e que a verdade é isto que vivo?
Perguntas me torturam sem ao menos existirem.
Eus que se matam dentro de mim, e constroem algo que nunca fui, e ao mesmo tempo, tudo que sempre fui.
Questões que causam agonia, e paz, ao ponto de me deixar são em um mar de loucura.
Como assim quem eu sou? Jamais seria capaz de responder tal indagação.
Todos os eus dentro de mim gritam a resposta ao mesmo tempo,
tomando a forma de um coro infernal e confuso,
e a melodia mais bela que já se teve notícia.
Existe prazer nesta loucura, e existe dor nesta sanidade.
Ao mesmo tempo que sou tudo isso, não sou nada.
Ao mesmo tempo que não sou nada, sou tudo isto.
Ao mesmo tempo que existo, deixo de existir, e ao mesmo tempo que aceito todos estes eus,

nego a minha própria existência.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Este, foi um sonho bom.

"E então, você chegou, me fez deitar em seu colo. Seus dedos, passeavam em meu cabelo, e isso foi muito bom. Você, com sua voz doce, me disse:
- Pode dizer tudo, estou aqui para te ouvir.
Nesse momento, foi como se uma pedrinha atingisse violentamente a uma vidraça..."


Este, foi um sonho bom.

domingo, 25 de novembro de 2012

Lembra-se?

Lembra-se de quando falávamos de tudo isso com os olhos brilhando?
Quanto nossos planos chegavam até a lua,
e nossos pés tocavam a grama molhada...
Nós tínhamos o mundo, em nossos corações.

Lembra-se de cada risada que demos?
Daquela chuva que tomamos juntos,
coração com coração,
dançando, rindo, abraçados como um só...

Eu podia reviver cada lembrança, me apegar a ela,
tê-las vivas em minha mente,
dançar novamente, até nossos pés calejarem...
Lembra-se? Era isso que planejávamos...

Lembra-se de quando ainda éramos jovens,
o amor pulsava em nossos corações,
a vida em nossas veias era abundante.
A cada beijo, a cada abraço, a cada olhar, a cada sorriso...


Lembra-se da chuva?
Lembra-se de nossos sonhos?
Lembra-se da nossa música?
Lembra-se de nosso amor?

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A vida é algo ruim.

Sim, talvez a vida seja algo ruim.
Claro, eu acredito nisso, e vivo isso.
Durante todos estes anos, recebi cada golpe que a vida pode me acertar, sem aviso prévio.
Alguns, até hoje mesmo, não pude recuperar,
ainda vejo a cicatriz em meu corpo...
O que eu posso fazer? Simplesmente nada.
Me tornar forte, fazer com que um dia meu poder supere a vida,
é uma ilusão.
Quanto mais forte eu fico, mais a vida mostra que não é o suficiente.
Então por que continua?
Meu orgulho é maior que isso. Eu me levanto, sorrio e digo:
"É só isso que você tem? Ainda não é o bastante..."
Então, ou meu orgulho me matará, ou a vida vai se curvar perante ele.
Sei, que ela não vai ter o prazer de me ver ser derrotado.
Talvez ainda, ela me veja ao lado de uma pessoa que compartilhe desta mesma energia.
E por fim, a vida não seja mais suficiente.

sábado, 17 de novembro de 2012

Era sábado, e chovia...

Esta é uma carta fictícia, produzida para uma campanha de Vampiro - A Máscara.

Madrugada de sábado, e chove muito para essa época do ano. O sol, prestes a nascer, me lembra da última vez que o vi. Faz algumas décadas? nem sei mais quanto tempo. Só queria estar ao seu lado agora, em meus últimos momentos... Sempre soube que não duraria tanto depois de descobrir tais segredos, mesmo com todos os seus avisos. Eu sabia que podia confiar em você no momento em que te vi entrar por aquela porta simples, e reclamando da chuva que havia a pego sem aviso prévio. Você estava linda...
Como eu queria reviver todos aqueles momentos...
Me reservei ao direito de dar um fim a esta caçada sem sentido. Mas, já que é uma despedida, ainda tenho um pouco a dizer...
Por coincidência, foi sábado, tanto no dia em que nos conhecemos, quanto no dia que nos separamos. Por coincidência, chovia em ambos os dias. O mundo, alegre ou triste, viu um casal se unir e se separar, em pouco tempo, apesar de tempo para mim ser relativo, e não ter tanta importância... Foi bom estar ao seu lado. A perder, naquele incêndio, foi o meu fim, tantos anos atrás...
Me desculpe, eu não pude lhe proteger.
Hoje, eu sei o quanto você tentou me avisar, o quanto você lutou pra provar a um coração frio como o meu, que eu poderia ser diferente, mesmo com um passado tão negro. Eu te amei, e isso me mudou. O suficiente pra que eu não queira mais esta não-vida.
Se você está lendo isso, o sol já tocou minha pele, e isso significa que não estou mais aqui, estou com ela novamente, sendo feliz.
Muitos de meus segredos, serão jogados ao vento, assim como minhas cinzas. Mas o que quero com esta carta, é dizer o mais importante de todos. O mais valioso segredo, aquele guardado totalmente selado em um cofre que ninguém sabe onde encontrar, o segredo que tirou a vida de minha amada, e por isso, a razão de eu querer encontrar este segredo. Mas, irei revelar o segredo, a você, que ninguém sabe ser minha discípula, então, confio no seu julgamento quanto ao destino do pacote que acompanha esta carta.
A real razão, deste tanto de parafernálias velhas e que nem ao menos funcionam, é um quebra cabeças, que eu não fui bom o suficiente para solucionar. Alguns deste itens, obras genuínas de grandes nomes desta humanidade tão limitada, e porém tão complexa, valeria muito dinheiro. Mas sabemos que uma Cura para nossos males valeria mais que o dinheiro que o mundo já pode reunir. É exatamente isso que esses itens representam: o quebra-cabeças que nos guiará até a Cura.
Sim. A Cura.
Seria o fim de nossa sede de sangue. O fim de nossa saudade dos raios solares. O fim da loucura de muitos. O fim do sofrimento eterno de nossa amaldiçoada existência...
Eu, por própria decisão, preferi não viver o suficiente para poder ver a Cura.
Me sinto feliz por isso, e sei que você a deseja tanto quanto eu um dia desejei. Sei que se ela ainda estivesse viva, ia ficar muito contente em saber que envelheceríamos juntos...
Peço desculpas pelas lágrimas que caíram no papel, e também pela noite em Lisboa, que uma pobre e doente jovem teve a vida amaldiçoada a quase 2 séculos atrás. Por esta noite, que não gosto de me lembrar, você está aqui. Me desculpe, e obrigado. Você fez parte dos melhores 200 anos de minha vida. Você presenciou o nascimento de meu amor, e o viu se desfazer naquelas chamas.
Mais uma vez, me perdoe por todo mal que lhe causei, e muito obrigado por tudo.

Até um dia...

Me disseram...

Um dia, me disseram que não valia a pena.
Tudo que eu tinha vivido, tudo que eu acreditara e tomara como verdade,
era apenas uma mentira suja que haviam me contado.
Nesse dia, eu parei para pensar. Se era eu mesmo que era assim.

Um dia, me disseram que eu estava envolto por trevas.
Eu concordei, e sorri por alguém perceber,
mas segundos depois, esta mesma pessoa me desagradou,
dizendo que eu poderia dar as costas e esquecer tudo isso, como se nunca houvesse acontecido nada.

Um dia, ainda me disseram,
que as minhas palavras eram falsas, assim como minhas emoções,
e que, eu, justo eu,
nunca havia sentido algo parecido.

E nesse dia, fiquei triste, até que eu simplesmente acostumei.

Então, minhas palavras, continuaram tristes.
As mentiras, continuaram existindo.
Mas eu não liguei, já tinha me acostumado...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tortura

Eu me torturo pela hipótese de lhe magoar,
me despedaço toda vez que lhe faço chorar,
me destruo sempre que eu não consigo lhe confortar...

Eu vivia por isso, sentia por isso, e me destruía por isso...
Eu sempre me agonizei com tudo isso...
Até que um dia, a porta se abriu...

Entre, preciso de um salvador!
Mostre-me, que pode se destruir por mim, e que eu não preciso ter tudo isso me corroendo...

Eu não quero mais sentir toda essa dor, não quero mais ver meu mundo ruir...
Não quero mais ter a minha consciência me torturar...
Não quero mais ter tudo isso aumentando o buraco em minha alma...



Você diz que não dói, você diz que não está tudo perdido,
mas eu vejo o sangue em suas mãos, eu vejo a ferida jorrando a vida,
eu vejo que isso drena toda a alma, vejo que não vai sobrar nada,
vejo que não há mais a redenção...

Venha, eu preciso de ser salvo!
Venha, me mostre que tudo isso vai terminar, antes que eu me despedace...

A porta está aberta, esperando que eu entre.
Lá dentro, não há nada, a luz é nauseante, e não me permite ver nada.
O escuro em minha alma não some,
e ainda tenho que lutar contra toda dor, que nunca sumiu...

Ninguém pode me salvar, ninguém pode me tirar essa dor...
Ninguém vai abrir a porta, ninguém vai me tirar a minha consciência,
antes que ela me destrua...

Chama

E então, como uma chama isso se espalhou,

cada veia em meu corpo, recebia saborosamente este líquido ardente,
cada músculo, reagindo em um ritmo indescritível,
e então, com toda essa chama entrei em combustão...

Meu corpo vibrava, quase entrando em combustão espontânea,
a cada toque, a pele se arrepiava,
não só a minha pele gelada,
eu sinto seu corpo reagir, ardendo com cada toque.

Sinto cada carícia que lhe faço, arder por debaixo de sua pele,
sua consciência se desfazer todas as vezes que meus lábios encontram os seus,
e nessa dança marcada pela luxúria e excitação, vemos o mundo incendiar.

Não só pelo físico, nossas almas também correspondem...
Os abraços que damos, nossos corpos em total contato,
deliramos a cada segundo...


E então, você recebe meu toque, com a respiração ofegante,
seus pulmões já se queimam a cada respirar,
seu coração salta em seu peito, mostrando o quanto você deseja isso,
sua pele queima, como se o incêndio de minhas veias fosse nosso...

Seu corpo, se move em tal ferocidade, e mesmo assim sutil,
apenas se encaixando ao meu, como se fossem feitos para estarem juntos agora,

Seus gemidos e suspiros, ardem em meus ouvidos, destruindo minha mente,
tornando tudo isso, inexplicavelmente prazeroso...

E então, nosso corpo se une, nessa dança,
o mundo se incendeia, e nada nos separa,
e nessa dança, nos queimamos, até os ossos...

Você, percebo o rio de fogo por debaixo de minha pele,
suas mãos, carinhosamente os alimenta,
e o incêndio, se propaga ainda mais feroz...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Por favor, permita que eu fique livre de você...

Sabem de uma coisa? Eu realmente gostaria de entender o porquê de todo esse peso.
Eu pareço gostar de estar submerso em um mar de dor, e ainda manter tudo que me faz mal por perto.
Como se a minha própria natureza, sugasse essa coisa ruim pra dentro de mim, e esperasse a minha carne absorver, e aos poucos encontrar a morte.

Eu queria entender, o motivo de eu me sentir culpado, por palavras que não foram minhas.
Sentir-me livre de uma responsabilidade que nunca foi minha.
Não ter medo de um deus que não se importa.

Eu sei de todo o inferno que eu já passei, de todas as vezes que eu, ainda ferido por seus atos, ainda corri atrás de você. De todas as vezes que eu ainda tinha esperanças de que seria diferente, e que nada mudou.
Eu só queria não chegar a esta morte metafórica que me encontro, que toda esta dor não existisse.
Eu só queria não ter de sentir tudo isso, ao menos uma vez.

Então, por favor, pare de me destruir.
Por favor, permita que eu fique livre de você...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A benevolência de um Deus

Um certo Deus, lhe põe a prova. Coloca todos os obstáculos na sua frente, sem nem mesmo um tempo pra que você possa respirar. Ele lhe mostra o inferno, diversas vezes ao dia, lhe castiga a carne, lhe prova que você nunca será forte o suficiente. Lhe derruba diversas vezes, e quando você se cansa, ele mostra que a brincadeira está apenas começando. Mostra ainda, que nunca você vai superar todo o mal que lhe cerca. Mostra que você nunca será algo que transcenderá todas as sombras deste vale, que lhe cerca, lhe destrói, lhe mata. Este mesmo Deus, se afirma benevolente, enquanto rasga sua carne, corrompe seus amores, e descarta seus sonhos e faz com que sua força seja esmagada, como se uma formiga tentasse sobreviver as investidas de um búfalo. Ele te derruba, usa seu sangue de pintura para o chão, e quando você ainda sobrevive a tudo isto, ainda manda pessoas para fingirem lhe ajudar, mostrar a ilusão de graças que lhe aguardam. E quando você se põe de joelhos, tentando se reerguer, o mesmo Deus, benevolente, começa a sua empreitada, mais uma vez destruindo tudo em você. Ele esfola sua alma e o faz engolir o resto da mesma. E depois que lhe mostra tudo isso, ainda lhe julga, por pecados que Ele mesmo o forçou a cometer, por todo ódio que Ele mesmo criou, pela fúria que Ele mesmo causou.

Agora, se me perguntarem, vou ter a mesma resposta. Deus existe, inegável. Mas seria melhor que não...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Relatos de uma noite.

São quase meia noite. Em dias normais, chegaria da faculdade, sentaria em frente ao computador, e assistiria um pedaço da falsa imagem humana em alguns sites familiares. Mas hoje, eu apenas olho para o relógio, e sinto a pulsação através de cada movimento do ponteiro de segundos. Vejo a vida fugir a cada minuto, jogado em meu sofá. Me levanto, meu corpo tem fome. Abro a geladeira, mas nada que alimentaria o vazio que sinto dentro de mim. Eu não preciso de comida. Eu não preciso de nada que a matéria possa me proporcionar. Esse vazio, acompanhado de um frio, cresce a cada badalar do relógio, da parede da sala, que observa enquanto agonizo e procuro me aquecer. Corro, pelo vazio de minha casa, arrastando-me em minha consciência, que vomita palavras hostis em minha mente, atormentando mais ainda meu corpo cansado. Nenhum de meus cobertores, nenhum de meus agasalhos, pode aquecer meus ossos trincados com o gelo do meu olhar. Ver estes olhos mortos, me aflige a carne, me faz querer arrancá-los.
Já são quase 3 da manhã, e eu ainda não encontrei o caminho dos sonhos. Meu corpo, imóvel, continua em mesma posição neste sofá. Não se trata mais da inércia, e sim uma questão de sobrevivência. Vejo minha mente girar, em torno do nada, enquanto apodreço em uma caverna escura. Não consegui mais seguir a minha força de vontade, até ela me abandonou. Minha respiração, já ofegante e sufocada, já não dá mais conta de suprir a falta que sinto do ar puro que sentia quando ainda podia respirar. O tempo, escuro lá fora, mostra o que meus olhos nunca virão quando estivera claro. Eu sentia medo. Eu estava com medo. Eu era medo.
Medo, desta vida terminar, logo que tudo melhorasse, medo de ter de enfrentar tudo novamente. Medo, de não ser suficientemente forte para suportar continuar me levantando, após cada golpe. Medo que amanhecesse, e não me lembrasse de me levantar, para passar por isso tudo novamente.
Sufocado, vejo meu celular despertar, já são 6 da manhã. Asfixiado por aquele medo, sou obrigado a me levantar. O corpo dolorido, pela noite não dormida. Me levanto, sabendo que viverei um dia longo, terei de sorrir enquanto sinto as feridas se abrirem por baixo desta máscara, olhando o relógio, e sabendo que minha tortura noturna se aproxima a cada segundo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Você sorriu...

E então, você sorriu.
E com esse sorriso, disse que estava feliz. Me disse que tinha feito um acordo com Deus. E com esse sorriso, disse que não se aguentava em felicidade...
E com esse sorriso, arrancou-me o coração, e me viu sangrar sem entender nada, estático.
E então, com esse sorriso, me disse que era o fim. E que não havia nenhum problema...
Eu me pergunto, se de algum jeito, poderia eu enfrentar um destino diferente.
Oh, se eu pudesse, como se eu pudesse algo...
Então, me lembrei que seu sorriso que me feriu.
Me lembrei de todas as palavras falsas.
Então, mesmo sangrando, me levantei.
E então, mesmo sangrando, lhe dei o mesmo sorriso.
Então, mesmo sangrando, disse que estava feliz. Lhe disse sobre meu acordo com Deus. E que este acordo, era especial, e me fazia feliz.
E com esse sorriso, e com todo sangue escorrendo, lhe disse que meu acordo lhe propunha o mesmo destino que o meu.
Então, lhe disse sorrindo, que Deus não estava satisfeito com tudo isto.
Mas já não havia nenhum problema...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Desabafo.

Uma coisa engraçada, é como eu sofri pra chegar até aqui.
Perdi incontáveis noites de sono, feri por muito tempo não só a minha carne,
mas meu ego principalmente.
Perdi coisas muito preciosas, enquanto você apenas sorria.
E dominava a minha mente, apenas por existir.
Enquanto eu caía, e era forçado a levantar por um mundo cinza,
você era alguém que coloria o meu dia.
Mas a cor, sempre foi uma ilusão.
Eu sempre soube que nada era verdadeiro, e que o hoje,
era apenas algo que me levava por um caminho tortuoso e cheio de armadilhas.
Eu sabia que eu estava caminhando para a morte.
E nem mesmo isso, fez com que eu me importasse.
Eu queria isto.
Eu precisava disto.
Deus sabe o quanto eu tenho lutado em vão,
quanta energia já fora desperdiçada...
Eu continuei forte, a todo momento.
Sempre, sempre, eu me senti morto, mas me guiava por falsas esperanças.
Eu queria que um dia, tudo tivesse seu fim.
Cheguei a desafiar Deus para que este fim chegasse.
Eu não sei, mas talvez ele não tem me ouvido...
Ou talvez omissão seja a resposta Dele, nunca saberei...
Você diz achar luz em mim, mas, sinceramente,

não me vejo nada diferente de um poço de trevas...
Eu quis ser esse anjo, iluminar o dia, e fazer a chuva passar.
Mas, sempre fui limitado a este pedaço de matéria,
com uma alma que já não pode mais sonhar.
Tanto eu como você, sabemos que fim isto teria.
E eu queria este fim.
Queria mesmo.
Deus sabe o quanto.
Mas, também sabemos que ele não tem nos ouvido ultimamente.
Talvez seja melhor assim,
talvez, o fim seja ainda pior que tudo isto.
ou seja bom demais para nós.
Nunca saberemos...

domingo, 20 de maio de 2012

Por detrás desta máscara


Estou abaixo de um oceano de dor,
meu corpo sucumbe a feridas que nunca irão cicatrizar,
ouvindo eternamente o adeus de minha sanidade.
Eu apenas vago em busca de uma consciência que sempre me tortura.


Você percebe no que se tornou a minha vida?
Eu não consigo mais ouvir a sua voz,
enquanto minha mente grita com todos estes cacos,
eu caio cada degrau, a uma velocidade que eu não consigo mais acompanhar.


Você mesmo não entenderia,
você ao menos se importaria,
mesmo que meu sangue cubra seu corpo,
você ao menos conseguiria ver todo sofrimento por detrás desta máscara.

Eu não acredito mais em milagres

Por que ainda mantenho esta droga de sorriso no rosto?
Por que ainda eu sinto toda esta dor que está em meu peito?
Por que diabos eu venho sofrendo por algo que eu não vou entender?


Eu não consigo mais respirar,
enquanto você vê este maldito sorriso, eu me acabo em um abismo,
que nem ao menos eu sei quando vai chegar ao fim.
Eu não acredito mais em milagres,
eu nem mesmo ligo para este seu Deus hipócrita.


Por que ainda me apego ao passado?
Fugindo de um presente que não me agrada, ou me mantém.
Mas não consigo mais erguer-me e lutar,
por uma realidade que vá me acolher.


Ainda não compreendo com eu continuo vivo,
sendo que tudo isto me corta, e me faz sentir pior.
Haverá alguma solução?
O que você consegue ouvir de onde está?
Milagres realmente não acontecem por aqui...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Poesia


Não escrevam sobre sentimentos, eles não existem. Não somos mais humanos, não gostamos de sentir o sol aquecer a nossa pele. Não estamos debaixo da chuva quando ela cai gelada, arrepiando nosso corpo. Não gostamos de sorrir quando bate vontade, ou de correr, jogar tudo para o alto, enquanto éramos crianças. Não damos mais valor ao que importa, apenas ao materialismo. Realmente, não nos importamos se você está feliz ou triste, queremos apenas ouvir o quão mal você tem se sentido. Mas me esqueci, sentimentos não existem. Poesia? Muita futilidade. Já que não sentimos nada, por que razão existe algo que fala de algo que não existe. Que queimem todas, destrua o mínimo de humanidade que ainda nos resta. Não existe dor, não existe amor, não existe nada. Como não somos mais humanos, isto é apenas perda de tempo. Sentimentos não existem. Assim como humanos também não.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Darkness


Esta noite, mostre-me seu sorriso falso,
engane-me com as suas belas mentiras,
faça-me ouvir os gritos em mim
rasgue-me enquanto perco os sentidos de tanto prazer...


Minha alma está cheia,
tão suja de você,
que não consigo mais ouvir meu coração...


Arranque, todos os pensamentos de minha mente,
invada as minhas memórias, e destrua todas elas,
arranque, todo o sentimento de mim,
enquanto me afogo em seus braços...


Minha alma, despedaçada,
ama cada momento que,
com desprezo, é dilacerada nas sombras...


Diga todas as verdades que me escondi,

conte-me os segredos que nunca quis saber,
e destrua tudo em minha face,
enquanto me preencho desta escuridão que há em você...

Casa


A menos que eu faça algo, que eu consiga anestesiar esta dor,
minha cabeça gira, e não encaixa nenhum pensamento,
e esta noite, tudo parece tão mais escuro.


Eu tentei, fazer tudo isto antes,
remover a sombra dentro de mim,
mas só fiquei mais confuso,
os gritos em minha cabeça não me deixam mais dormir...


Eu não consigo lutar contra isso mais,
não enquanto quero arrancar meus olhos.
Você não poderia me mostrar um caminho?
Algum lugar que eu pudesse me sentir seguro, sentir-me em casa?




É como se não importasse...

Coisas difíceis passam por minha mente agora...
Me sinto tão longe de um caminho, tão perdido em intensões que não eram minhas...
Até quando sentirei essa agonia perfurando minha pele?
Enquanto você vê este sorriso, que sempre lhe agrada,

eu luto contra este demônios, aqui dentro,
crio cicatrizes que você nunca irá compreender.


Eu rasgo minha pele, removo toda a podridão de meus pensamentos obscuros,
arranco de um corpo, sem vida,
um último suspiro.
Eu me ergo, entre todo este lixo mental,
recrio aquela última vez que senti o sol em minha pele.


Eu vivo preso em cada pensamento profano,
em todas as mentiras obscenas que ouvi,
rodeado por tanto sangue que chega a me nausear.
Mas você não vê nada disto, é como se não importasse.

domingo, 6 de maio de 2012

Mentiras

Em algum dia, me verei livre de todo este inferno.

Em um dia, não haverá mais dor.
Eu poderia ver a luz do sol, me deitar na grama verde, e olhar o céu azul pela tarde toda.
Não haveria nada com facas, ou o que quer que seja,
ameaçando uma vida que já se perdeu.
Em um dia, meu olhos brilharão como os de uma criança,
eu poderei então sentir o vento em meu rosto, fechar os olhos,
e, como a muito não faço,
dormir horas despreocupado.
Um dia, eu não sentirei estas feridas que ninguém enxerga.
Não irei mais, sentir suas palavras ásperas,
cortando em minha alma, ou o que restou dela.
Talvez neste dia, eu possa sorrir,
não ver a hora passar. Sentir o mundo, e não ver mais tudo em escala de cinza,
sem vida. Assim como vejo por todo este tempo.
Um dia, vou me olhar no espelho, e não mais desejarei desaparecer.
Por ver este abismo, esta morte em meus olhos.
Um dia, minha mente vai parar de me torturar,
com todas as maldiçoes que você sempre jogou em mim.
Simplesmente, irei esquecer, como se isto nunca tivesse acontecido.
Um dia, não irei te perdoar.
Isso eu não consigo fazer.
Mas irei te esquecer. E todas as marcas que você fez, tentando me destruir.
Um dia, isso não significará mais nada.
Um dia, eu não apenas acreditarei, mas viverei,
todas estas mentiras que acabei de escrever...

Como?

Será assim tão difícil?
Como pode alguém, manter uma criatura presa em malditas mentiras?
Como você pode descarregar todo seu ódio em mim, sendo que eu não fiz mal em momento algum?
Eu queria não estar com isto em meu peito agora. Por Deus que não.
Ele tem visto tudo que eu venho enfrentando todo este tempo.
10 anos de agonia? Mais? Menos? Não importa. Ninguém liga. Apenas fecham os olhos.
Eu estive aqui, e senti todas as suas palavras cortarem minha pele,
enquanto seu sorriso, me dava náuseas.
Por Deus, eu quis, por tantas vezes, arrancar esse sorriso de seu rosto.
Te destruir por dentro, assim como você sempre fez.
Por Deus, este mesmo que não fez nada.
Este que oculta seus atos, e me faz passar como louco.
Não que eu me importe, já que você arrancou esta minha sanidade.
Junto com tudo de bom que um dia esteve aqui dentro.
Agora, conheça o inferno em que você me colocou.
Antes, eu queria apenas ficar livre.
Agora, eu quero apenas a sua ruína.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Egoísmo

Diga-me, por que não acredita em mim?

Todos os seus sonhos não foram correspondidos?
Como você não vê as estrelas que trouxe para você?
Não consegue entender o quanto eu em feri para trazer seu sorriso?
Por que diabos insiste em me manter sozinho?


Perdi muito tempo em te manter sonhando,
você não sabe como me sinto agora,
não importa o que eu diga, ou mesmo o que eu faça,
seu egoísmo te mantém longe da realidade
brincando em um mundo que é sustentado pelo meu sofrimento.


Eu estive aqui, você precisou de mim.
E agora, diga-me qual o maldito caminho a tomar.
Eu te permitir sonhar, em meio ao caus.
Agora olhe em meus olhos e ouça o que eu tenho a dizer:


Você nunca foi livre, eu te libertei destas correntes repugnantes,
enquanto você esteve sozinha, afastando o mundo de seus olhos,
eu estive lá, mantendo a esperança viva dentro de você.
Você não consegue entender a razão?

Por que continua enrolando a corrente do egoísmo em seu pescoço
sabendo que eu me machucaria mais do que você?

Janela da alma

Chove lá fora.

Esta chuva não é o suficiente, para esconder toda a dor dentro de mim.

Ela torna tudo ao meu redor sem cor.
Rouba a cor de meus sonhos.
Suga a vida de minhas promessas, fazendo com que elas sumam de minha alma.
Como se nunca tivessem existido.


Você não poderia entender o motivo de eu querer desaparecer,
uma vez que você nunca esteve aqui,
comigo.


Veja, a chuva escorre por todo o nosso mundo.
Um mundo prometido ao seu mundo,
encharcado por ambições vazias,
fazendo tudo se tornar sem luz, sem vida.
Como se você nunca estivesse estado aqui.


Eu nunca pude fazer melhor.
Por ter acumulado tanta dor.
Eu simplesmente me destruí, fiz tudo para me machucar ainda mais,
na esperança de que as feridas de fantasmas de minha pele

pudessem cicatrizar e desaparecer.


Você nunca poderia entender o motivo de eu querer que tudo desapareça,
uma vez que você nunca quis estar aqui,
comigo.


Veja, a chuva está forte demais.
Ela tenta invadir esta janela com tanta força.
Ela me lembra o quanto eu tenho tentado impedi-la,

mantê-la em um lugar que nunca pudesse ser visto.


Você não entende o por que de eu querer que você desapareça.
Uma vez, que nunca quis que estivesse aqui,
sozinho.


Veja como a chuva está forte,
não acho que esta janela da alma,
vá suportar manter esta maldita chuva aqui dentro por muito tempo.

Para nós dois

Por que não nos vemos mais?
Todo este tempo, eu estive atrás desta resposta.
Aqui dentro, um vazio indescritível, você não está mais acessível.
Eu tenho tentado, por todo estes dias tediosos e improdutivos,
chegar a você.
Eu tenho sonhado com isso.
Um sonho bom, se quer saber.


Eu tenho buscado, mesmo estando totalmente destruído.
Meu corpo parece se mover sozinho.
Até a morte eu desejaria este sonho de volta.
Sentir que alguém como você simplesmente está ao meu lado,
muda o meu mundo.


Eu tenho a minha batalha, que se tornou tão solitária.
Apenas por saber que você está lá, me faz querer enfrentar o mundo,
para chegar ao seu encontro.
Mas tenho lutado em vão.
Talvez seja o destino que assim deseje, ou mesmo seja a vontade de um Deus.
Ou na pior das hipóteses, você que não queira.


Eu nunca tive alguém melhor ao meu lado que você,
você fez os meus sonhos serem livres,
você me fez querer ir contra tudo que me subjulgava.
Você, esteve lá quando ninguém esteve.
E me virou as costas.


De alguma forma, entregue a própria sorte.
Perco para meus medos, sou torturado pela insanidade,
agraciado com a dor que minha alma não pode suportar.
Por um simples desencontro, que ruiu com um mundo que eu tinha salvo.
Para nós dois.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Intenções que não eram minhas

Eu estive tanto tempo assustado, que não sei mais o que é sonhar. 



Me sacrifiquei, enquanto me preocupava com você. Abri feridas, tentando te proteger, que nunca irão deixar o meu corpo ou minha alma. Eu não tenho mais o seu abraço. 
Não como costumava ser, como costumava me acalmar. 


Eu me esfaqueei com intenções que não eram minhas. Eu me destruí com atos que não seriam necessários se você não tivesse se tornado isto. 
Eu estive a beira do fim, em tantas ocasiões que não saberia nem contar. Eu estive a um passo de permitir que você me matasse. Apenas para alcançar o fim.


Eu fiz tudo isto, e nada mudou. Eu me arrisquei, lutei até que não pudesse mais erguer meus braços novamente. 
E você, apenas observou a distância. Viu eu me ferir gravemente com tudo isto. E apenas sorriu. Eu vi enquanto você escondia seu rosto. Eu me pergunto o porquê de tudo isto. Sabe o que minha mente me responde? 
Nada. 


Está tudo uma bagunça aqui dentro. Imagens, palavras, emoções... Tudo em desordem, nenhuma resposta, nem mesmo perguntas. Eu simplesmente não sei. 
Apenas não queria voltar para casa esta noite. Apenas queria ver o por do sol, e que este me livrasse de toda esta maldição.


Eu queria mesmo, que um alguém visse toda a dor em meus olhos, e me abraçasse. E mesmo sem dizer uma palavra, mudasse tudo aqui dentro. Me resgatasse de meu inferno pessoal.
Um alguém que se torne o meu paraíso.



domingo, 12 de fevereiro de 2012

Eu queria que fosse diferente, que não houvesse esta distancia entre nós.
Queria que em meus olhos refletissem o seu sorriso,
por alguma besteira que eu venha a falar para você.
Eu queria que eu não me sentisse tão vazio assim,
poder sentir o seu abraço em volta de meu corpo,
dizendo que não irá me deixa para trás.
Eu queria poder lutar contra tudo isto,
ter forças para não me sentir como um lixo novamente,
ver um pouco de afeto nos olhos de todos a minha volta.
Eu queria poder entender a lógica do destino,
saber o motivo de eu ter sido escolhido para este joguinho infantil,
parar de sentir este vazio em algum momento.
Por todas as coisas que eu tenho feito ou pensado,
sempre houve uma força que me acertava de forma que me manter erguido,
era impossível.
Eu queria poder entender o que este destino tem para mim,
e por uma única vida, esquecer-me de todas estas feridas,
e te abraçar bem forte, sem preocupar com a dor.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sorriso

Independente do que acontecesse, eu tinha me feito uma promessa.
Não me importaria mais com estes ferimentos em minha carne,
o sangue que escorre pelo meu corpo,
ou as péssimas memórias que em mim carrego.
Eu me prometi, após juntar todos os cacos,
tratar de todas as feridas,
que eu iria sobreviver até o final de semana.


Em meio a todo este caus, iria levar um sorriso no rosto,
faria o meu trabalho de forma que transparecesse esta felicidade,
e de forma a me manter vivo até ao entardecer,
Por mais que eu estivesse totalmente despedaçado por dentro.


Eu iria esconder as minhas fraquezas,
com um sutil sorriso que não pudesse mostrar meu sofrimento.
Iria sobreviver até o final de semana da melhor forma possível.
Sempre com este maldito sorriso como defesa.
Apesar de todas as pancadas da vida,
ainda iria sobreviver até o final de semana.
Apenas para poder me prometer o mesmo novamente.


Sem lágrimas, sem arrependimentos, sem lamentos...
Apenas com um sorriso.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Passado

Não que eu queira reviver algum passado,
mas seria agradável.
Por elas, sempre fui confortado.


Ainda um dia destes, me peguei revirando recordações,
de um dia que amei uma pessoa.
E, por ironia do destino, se é que ele realmente existe,
me levou a um futuro que não tenho esta pessoa ao meu lado.


Engraçado. Se me perguntar, eu não sei explicar o motivo.
Mas em palavras, eu ainda me importo.
Sentiria da mesma forma ver uma lágrima escorrer de seus olhos.
E não faria ideia do que fazer para pará-las.
Eu ainda seria o mesmo idiota, que procurava de todas as maneiras,
deitar em seu colo e fingir que o mundo não existe.


Ainda amo todos os momentos que passamos juntos.
Ainda gostaria de estar do seu lado, em todo instante.


O problema é que em algum momento, nossos caminhos se divergiram.
Por isso estamos tão longe.
E é exatamente isto que odeio.
Que não estamos juntos no presente.


Eu sei que quando você ler isto, irá fingir que não digo isto para você.
Irá ignorar tudo isto, e com um sorriso no rosto,
vai sentir todo este passado bater.
A nostalgia é um sentimento ruim. E bom ao mesmo tempo.
Irá te paralisar, e te fará querer que o passado volte.
Como eu desejo. Como um dia eu amei...