sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Algo que não existe

Sempre tentei entender o que se passava em minha mente...
Algo bem lá no fundo, estava errado, sentia a falta de algo,
como se eu não fosse, completo...


Por anos, tenho lutado por conseguir encontrar esta "coisa" que falta...
Em objetos, pessoas, musica, literatura...
E simplesmente nada...


Bem, talvez eu nunca encontre, por isso faço algo para preencher este vazio
por mais que seja algo momentâneo, tento desesperadamente.
E tem me aliviado aos poucos...
Mas ainda assim, falta algo...


Por mais que todas estas garrafas ficam vazias e preenchem o meu corpo,
toda a sensação de vazio aumenta, cada vez mais...
Por mais que eu fique até que o sol nasça ouvindo as canções que um dia me alegraram,
ainda assim o vazio preenche a minha alma...
Por mais que leio as cartas que escrevi para ninguém e expus o meu ser,
continuo sendo torturado pelo nada...


Apenas se minha alma se despedaçasse, 
se o meu ser simplesmente desaparecesse,
se o sopro de vida me deixasse...


Continuaria vazio,
continuaria a minha busca...


Talvez seja meu destino,
talvez tenha de ser eu a encontrar...
Algo que não existe, e que possa preencher este vazio...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Uma gota de seu sangue... A última gota de sua vida...

Como lutar contra a besta que domina sua existência?
Por séculos, talvez até mesmo um milênio, me fiz esta pergunta inúmeras vezes...
Em particular, neste cinco anos...


Por onde começo? Pelos dias em que aquele ser abissal se apaixona por um anjo?
Pelas vezes em que tive força para dominar uma criatura sedenta?
Ou pelas vezes em que meu desejo pela vitae foi tamanho que quase destrui algo precioso?


Bem, começar por ai, talvez não seja o correto.
Agora me pergunte o motivo de ter esperado até agora para lhe contar estes segredos?
Simplesmente não faço idéia...
Agora que você conhece a minha motivação, por que não vamos ao banquete?
Por que eu não consigo simplesmente acabar com isto e saciar a sede que destroe a minha garganta?
Por que?!?


Nunca fui bom em explicar nada, não é mesmo?
Sempre desculpas esfarrapadas para que ao surgir dos raios de sol a minha presença desaparecesse...
Ou as vezes em que a besta ousava em tentar o controle que saia as pressas,
e assim que dobrasse a esquina simplesmente sumisse...


Bem, com de todas as outras, também não sei como lhe dizer.
Mas, algo que não posso mudar...
Eu desejo a sua vida...
Não ao meu lado, mas dentro de mim.
Apenas uma gota de seu sangue, seria o suficiente...


Uma gota de seu sangue... Céus!
Bem melhor que o cheiro! Como me segurei tanto?
Bem, preciso de apenas uma gota...
Apenas uma gota...
Apenas a última gota de sua vida...

sábado, 23 de outubro de 2010

Que diabos seria suficiente?

Ultimamente meus pensamentos andam muito turvos e contraditórios,
como posso eu estar satisfeito e ao mesmo tempo detestar a minha situação atual?
Como eu consigo dormir e saber que eu novamente entro em um poço que possivelmente nunca sairei?


Simplesmente não consigo mais compreender a minha mente.
Esta, que sempre adorou me pregar peças, mais uma vez se mostra perturbada com apenas o fato de minha existência, apenas a minha respiração já lhe fornece motivos para odiar tudo que eu sou...


Como eu poderia silenciar todos estes pensamentos torturantes?
Como posso satisfazer os desejos de uma mente insana?
Onde eu encontro respostas para perguntas que eu desconheço?
Por onde trilharei meu caminho se meus olhos já não possuem mais luz?


Talvez, apenas esperar que me acostume com tudo isto, seja o suficiente...
Talvez, aguardar até que a minha carne seja digerida pelos vermes desta terra,
seja o suficiente...
O que seria realmente o suficiente?


Minha garganta, sangra por tentar expulsar tudo isto com gritos desesperados...
Minhas mãos ensanguentadas deixam a mostra marcas nesta parede da loucura que me cerca...
Vozes em minha cabeça tornam o perigo uma escolha bastante interessante...
Imagens em meus cegos olhos tornam um abismo atraente...


Com tudo isto acontecendo, ainda tenho tempo para dedicar aos meus sonhos reconfortantes em que tudo isto, desaparece como nos filmes de segunda à tarde...
Ainda tenho tempo de correr nesta rua em que as faces apagadas pela falta de sentimento se mostram mais amigas do que algumas conhecidas...
Ainda peço por ajuda nesta chuva de dor e desespero por não entender este maldito sussurro que faz parecer que nada é real...


Que diabos seria suficiente?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Until the End

Gostaria que você esperasse apenas um momento...
Que não fugisse dos meus sonhos...
Que não saísse dos meus pensamentos...


Gostaria, de reviver todos os nossos momentos juntos...
Todas as vezes em que sorrimos sinceramente...
Todas as vezes em que nos abraçamos...


Gostaria de nunca dizer adeus,
de nunca ter de me separar de ninguém...
Levar não só na memória todos os que importam para mim,
mas ao meu lado até o final dos dias...


Gostaria ainda, de me sentar ao seu lado novamente,
como em todas aquelas tardes...
E novamente poder fechar meus olhos e esquecer do mundo...
Sentir seus dedos entre meus cabelos...


Gostaria, que todos os nossos momentos fossem eternos,
e que todas as nossas despedidas não ocorressem...
Todos os nossos desencontros não existissem...


Gostaria de novamente, segurar sua mão,
que está muito longe da minha...
Segurar a sua mão...
Até o fim...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Alone

Sentado eu, nesta calçada fria, contemplava meus pensamentos que rodopiavam e assombravam a minha mente naquele momento...
Estar ali, me levava a uma dor inimaginável... Estava eu, sozinho e perdido...
Todos aqueles pensamentos eram verdades, ninguém estenderia a mão para que eu me levantasse, para que eu saísse daquele estado de decomposição espiritual.
Foi quando a chuva começou a tocar o meu corpo.
Aqueles pingos tornaram tudo mais tranquilo, eles devolviam um pouco de força ao meu corpo cansado.
até o momento em que a chuva passara a agredir o meu ser...
Cada gota, batia com intensa violência, e novamente eu me sentia sozinho, abandonado a própria sorte...


Onde estavam todos neste momento? 
Onde estava o próprio Deus que protegia toda a sua criação?


Promessas, de tantos que passaram por mim e diziam estar em minha companhia...
Promessas, de que seriam aqueles a me guiar, aqueles a me levantar...
E agora, estava eu e a chuva que insistia a tornar tudo mais doloroso...
Chuva que me levava a uma ira imensa, que drenava o meu ser, me jogava em um abismo...
Abismo de solidão, abismo de dor...
Todo o meu corpo sucumbia ao efeito de torpor que me tomava, e permitia que aquela chuva não mais me agredisse...
Mas me lembrava que estava vivo, e que a minha existência seria às sombras de toda solidão...
Me levanto, e com as mãos no bolso, a mente perturbada e levada a reflexão,
derrubo uma lágrima que se confunde com as águas da chuva...
Lágrima que será esquecida, mas que seu peso irá constar em minha alma pelo resto de minha patética vida...