sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Fúria

Cada homem tem a sua história.
A dele, é que ele é furioso.
Ele sente medo que não possa controlar os seus demônios,
e que um dia sucumba a um deles.
Até que a noite caia, ele mostrará o que a fúria deixou para trás,
mostrará suas cicatrizes e irá lembrar-se de cada uma.
Ele verá as sombras de seu passado,
e perceberá que elas o seguem até hoje.
Ele verá que está perdido, sozinho.
Ele perceberá que não existe um lugar em que ele possa se sentir protegido,
que ele possa se sentir livre.
Ele perceberá que tudo que ele admira é apenas uma mentira.
Uma mentira obscura que se tornou a sua verdade.
Ele verá que a sua fúria o tornou triste.
E não há nada que ele possa fazer sobre isto.
Ele escreve sobre esta fúria, que se transmuta em vários sentimentos.
Uma corrente que ele não pode controlar.
Ele escreve sobre esta fúria que o fez se distanciar da felicidade.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Vou ser sincero, estas palavras raramente saem pela minha boca.
Eu raramente digo que amo alguma coisa, acho muito ruim dizer isto aos ventos sem realmente ter este sentimento.
Sempre digo que gosto, ou em outros casos que gosto muito, que me agrada ou que me satisfaz.
Mas eu tenho que dizer agora, mesmo me sentindo como um tolo.

Eu diria que amei os momentos que passamos juntos, cada gargalhada, cada olhar, cada toque.
Você foi, única.
Eu posso dizer que se fechar os meus olhos, posso reviver grande parte destes momentos.
Eu fecho meus olhos, e as imagens caem sobre minha mente como a chuva.
Você foi, única.

Por mais que eu arrume estas palavras, você sabe, elas não ficariam tão boas quanto eu tenho imaginado.
Por mais que eu tente te dizer, isto não sairia de forma coesa de meus lábios.
Sabe que eu me atrapalho com estas coisas. Sabe que eu sou péssimo pra dizer o que eu realmente sinto.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sem título

Ela me contava sobre algo que eu não sabia mais o que era.
Ela me contava sobre uma época em que não precisava correr daquilo que acreditava,
uma época em que ela não precisaria acordar de um sonho se não quisesse.

Ela me dizia de belezas deste mundo cinza que eu não conhecia,
e que por mais que eu pudesse me esforçar, eu não conseguiria sequer imaginar.
Ela me dizia que eu não precisava temer a minha sombra,
que não havia inimigos a espreita enquanto eu dormisse.
Ela me dizia que minha cabeça não seria pesada com pensamentos negativos.
Pensamentos que agora passavam devastando a minha mente.

Ela me contava sobre uma época que ela poderia adormecer observando a lua.
Ela me contava sobre tempos em que a vida passava diante de seus olhos,
e estes brilhavam com tudo aquilo que podiam contemplar.

Ela me dizia que as lutas não eram necessárias,
e que a mutilação de minha carne não seria um preço a se pagar pelo que eu tomava como verdade.
Ela me dizia que as idéias não atravessariam a minha cabeça,
não como lâminas mortais como elas faziam agora,
e sim como um sopro de alívio por poder concebê-las.

Ela me contava sobre tempos em que não precisava ser ter medo...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

End

Por um momento, eu vi a luz se esvaindo de seus olhos.
Eu sabia que já era tarde, que por mais que eu tentasse, nada a traria de volta,
eu já ignorava tudo ao meu redor, meu sangue corria gelado em minhas veias,
o suor que descia pelo meu rosto, cortava como uma navalha em minha pele.

Eu sabia que era apenas um corpo em meus braços.
Eu sabia que já não havia uma alma para salvar naquela carne que eu segurava.
Eu sabia, que mesmo meus gritos desesperados, não poderia fazer nada para mudar a realidade.

Eu temia que aquilo fosse o fim.
Não importava o que eu fizesse, nada mudava. Eu já sentia que ela esfriava em meus braços.
Já era difícil me lembrar de alguma coisa, as minhas emoções confusas derrubavam a minha mente,
eu já não sabia o que fazer, o desespero me fazia doente...

Eu sabia que era apenas um corpo em meus braços.
Eu sabia que já não havia uma alma para salvar naquela carne que eu segurava.
Eu sabia, que mesmo meus gritos desesperados, não poderia fazer nada para mudar a realidade.
Eu sabia, que era um final.
Mesmo que eu tentasse lutar contra com uma força que eu desconhecia.
Mesmo que eu ignorasse o pavor que tomava cada célula de meu corpo.
Eu sabia. tudo terminava ali.

domingo, 18 de maio de 2014

Sonhos

Toda a vida se passa diante de seus olhos.
Com este ar curioso, ela observa toda a essência se esvair das criaturas ao seu redor.
Ela acorda e vê seus sonhos desmoronarem em pedaços tão pequenos,
que ela não poderá remontá-los tão cedo.

Ela vê a luz se extinguir de toda a sua existência.
A vida se torna tão gelada que não mais pulsa em suas veias.
Seus sonhos, minha cara, são agora sádicos pesadelos.

A nuvem se aproxima, e carrega a tristeza de seus olhos.
O tempo fecha, tudo se torna cinzas em seu coração.
Ela corre contra o vento, enquanto seus olhos se entorpecem pela tempestade de sua alma.

Todo o seu sangue se esvai em cicatrizes tão antigas quanto seu próprio corpo,
ela se esquiva dos pedaços de seus sonhos que caem tentando feri-la,
nada mais importa, ela já sabe que a única coisa que pode fazer é correr,
antes que ela descubra que seus sonhos anseiam por fazê-la cair...

sábado, 22 de março de 2014

Todo o tempo

Eu podia jurar que eu te vi sorrir esta manhã. Eu podia jurar que esta era uma alegria única.
Verdadeira.
Eu podia jurar que sua pele se arrepiava a meu toque. E que não era apenas mais uma alucinação.

Você deu o máximo de você, tanto o seu corpo quanto a sua alma podem comprovar isto.
Pela manhã, você sorria em um êxtase que não poderia ser compreendido pela humanidade.
Você manifestava o prazer como seu realmente o amanhã não nos agraciasse com sua existência.
Eu me incendiava com o seu toque, e podia viver isto uma eternidade sem ao menos me cansar.
Gostaria de lhe mostrar o que eu vejo enquanto nos perdemos em toda esta luxúria...

Eu poderia estar aqui todo o meu tempo,
ignorando a própria mortalidade,
nossas almas presas por um contrato de sangue,
uma manhã em que não poderíamos nos separar nem mesmo por um abismo...

Quando eu lhe toco, sinto sua alma se espalhar por minha pele.
Sua respiração se torna tão densa que chega ao ponto de querer parar.
A temperatura sobe tanto que nossas mentes apenas desligam.
E eu poderia fazer isso todo o tempo...

segunda-feira, 17 de março de 2014

Forgiveness

Existem coisas, que minhas palavras não são hábeis suficiente para descrever.
Coisas que meus pensamentos apenas rodeiam, e não podem dar significado.
Coisas que mesmo que eu não possa esquecer, não consigo lembrá-las como deveria.

Eu olho por esta noite, me sinto como um lixo,
não consigo achar o meu lugar para dormir,
me deito no chão desta rua deserta por saber que eu não tenho o meu próprio perdão.

Existem coisas, que eu não consigo entender.
Erros que mesmo que eu tente novamente, tornariam a acontecer.
Eu não acho que esta noite eu consiga entender tudo isto.
Vejo cicatrizes em meu corpo e nenhuma memória para explicá-las.

Eu corro em direção a uma paz que eu nunca serei capaz de alcançar.
Busco o meu próprio significado enquanto sou mutilado por minhas próprias perguntas.
Quebro minhas próprias regras para evitar que elas me limitem.
Ainda mais do que já me sinto.

Eu olho por esta noite, me sinto como um lixo.
Não consigo encontrar a paz para que eu possa dormir.
Me deito neste chão, e me lembro de pecados que não cometi.
Me lembro que eu não posso ter minha própria absolvição...

segunda-feira, 3 de março de 2014

Egoísmo

Eu estou tão cansado de esperar a sua resposta,
estou muito cansado para correr atrás do que só tem se distanciado.
Meu corpo já não responde o suficiente para que eu me der o trabalho de lutar.

Minha pele já tem marcas demais para contar essa história,
sinto que minhas cicatrizes estão infeccionadas e já não podem se recuperar.
Minha carne já está morta e por acaso continua presa aos meus ossos.

Meu sangue escorre sem parar até o fim deste monólogo.
Você não consegue enxergar fora de seu mundo,
e não percebe que a lâmina que causou a maioria destes ferimentos está na sua mão.

Você um dia disse que tudo iria mudar,
e mesmo assim, deixou que eu atingisse o chão sozinho.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Desespero

Desejo de todo meu coração acabar com este vazio.
Esgotar todas as fontes de minhas memórias.
Destruir toda a fonte de meu conhecimento.
Gritar até que todos consigam ouvir a minha alma.
Drenar a minha vitae até que não sobre mais nenhum vestígio de vida...

Sussurros em minha mente me fazem ver as ruas vazias,
como se tudo não passasse de um reflexo mal desenhado no espelho,
ignoro os fantasmas e continuo a agonizar sem esperança...

Desejo de todo meu coração, que eu encontre o fim para este desespero.
Não ouvir os fantasmas de minha mente arrastarem correntes em meu cérebro.
Manter minhas manhãs quentes com o calor do sol.
Sentir o vento tocar a minha pele e não sonhar que são facas rasgando minha pele.
Sussurrar em meus sonhos as verdades que apagariam a minha dor.

Este desespero me canta a chave para purificar a minha alma.
Esquecer as convicções que me mantem em meu buraco de lama.
Embebedando a minha alma com a cura de meus pecados...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Clichê

Hoje eu segurei o meu fôlego.
Enquanto caminhava, me lembrava de meu passado, cada caminho que meus pés já trilharam.
Pensei em quanto tempo eu passei junto aos nossos sonhos.
Cada vida que imaginamos um dia ser nossa.
Antes mesmo de perceber que todas estas vidas chegariam a morrer algum dia.

Me lembro de cada promessa que fizemos para o tempo que tivemos,
a liberdade que lutamos para conseguir, e desperdiçamos com as tragédias de nossas vidas,
a força que empenhamos para nos manter vivos enquanto nossos corpos já apodreciam no chão...

Eu sei que é um pouco clichê, até mesmo por eu dizer que era a minha verdade,
que eu nunca sonhei com algo parecido com o que você mudou em mim.
Que eu nunca imaginei ser pego por um sentimento tão forte por alguém.
Que eu sempre vi o meu futuro com você ao meu lado...

domingo, 19 de janeiro de 2014

Algumas coisas...

Algumas coisas, simplesmente não podemos ter.
Algumas coisas eu não posso ter.

Me faz pensar, naquilo que tem me despedaçado todas as noites.
No desejo que me corrói todas as vezes que meu peito se infla de ar.
Naquilo que me faz continuar em meu caminho.

Tudo me faz querer me perder por aí. Tudo é apenas uma desculpa para que eu queira fechar os meus olhos.
Algumas coisas me fazem perder a noção do tempo, do que é certo, ou do que me mantém acordado...
Como se algumas coisas fossem destinadas a não serem alcançadas por minhas mãos.

Não é como se eu pudesse gritar com o máximo de meus pulmões,
ou dar todo o meu sangue.
De todo modo, eu poderia me doar por completo, ou me esforçar o suficiente para uma centena de vidas,
não seria o suficiente. Algumas coisas eu realmente não posso ter.

Pensamentos que rasgam a minha mente antes de eu me deitar.
Desejos que fragmentam a minha consciência antes de eu conseguir dormir.
Vontades que retiram a minha alma antes que eu possa lutar.
Existe algo que eu não consigo ver. Algo que talvez eu nunca irei alcançar.