sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sem título

Ela me contava sobre algo que eu não sabia mais o que era.
Ela me contava sobre uma época em que não precisava correr daquilo que acreditava,
uma época em que ela não precisaria acordar de um sonho se não quisesse.

Ela me dizia de belezas deste mundo cinza que eu não conhecia,
e que por mais que eu pudesse me esforçar, eu não conseguiria sequer imaginar.
Ela me dizia que eu não precisava temer a minha sombra,
que não havia inimigos a espreita enquanto eu dormisse.
Ela me dizia que minha cabeça não seria pesada com pensamentos negativos.
Pensamentos que agora passavam devastando a minha mente.

Ela me contava sobre uma época que ela poderia adormecer observando a lua.
Ela me contava sobre tempos em que a vida passava diante de seus olhos,
e estes brilhavam com tudo aquilo que podiam contemplar.

Ela me dizia que as lutas não eram necessárias,
e que a mutilação de minha carne não seria um preço a se pagar pelo que eu tomava como verdade.
Ela me dizia que as idéias não atravessariam a minha cabeça,
não como lâminas mortais como elas faziam agora,
e sim como um sopro de alívio por poder concebê-las.

Ela me contava sobre tempos em que não precisava ser ter medo...

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