quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Indiferença

Eu me cansei de todas estas meias verdades.
Muitas das coisas, escondo em um lugar de minha alma que nem mesmo eu tenho acesso.
Poderíamos nos sentar e ver o quanto nossas mágoas nos ferem.
Mas prefiro evitar...


Ainda ignoro tanta coisa, que machuca e não me deixa em paz.
Esta ferida ainda sangra todas as vezes que nos vemos.
Ainda sinto o sangue jorrar por tudo que aconteceu.
Ainda sinto o ódio se erguer enquanto digo isto para meu reflexo no espelho...


Por qual motivo eu não consigo parar de me ferir?
Por que cada vez que eu te vejo, quero ressuscitar tudo que não aconteceu entre nós?
Por que eu não consigo me livrar deste sentimento?


E eu penso em tudo que aconteceu.
Ainda sinto o seu perfume no ar.
E não lhe encontro. Meu corpo não encontra o seu.
Ainda sinto, mas você não está lá.


Sente este vento frio?
Ele agride ainda mais a ferida que eu fiz em mim,
por te desejar.


Por isto, estou ignorando tanta coisa,
Finjo não te ver, finjo não te sentir...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Amigo imaginário

Amigo, você tem um pequeno problema.
Amigos imaginários não existem.
Ninguém irá te salvar. Não existe um paraíso.
Ninguém irá te confortar. A ajuda não virá.

Fé? Faça me rir. Já me deram argumentos melhores.
Na verdade, já tive argumentos melhores. eu também já acreditei.

Eu, cegamente já pedi ajuda. Clamei por respostas que meus olhos não podiam ver.
E fui respondido com o silêncio.
Em situações desesperadas, já pedi por força.
E fui esquecido em meu próprio sofrimento.
E também já pedi perdão, e nada de conforto para o meu espírito.

Por mim, se perca em seus conceitos falhos.
Esta sua fé, não te manterá de pé.
Na verdade, será através dela que terá a sua ruína.
Acredite, eu já vi isto. Acredite, eu já vivi isto...

Chuva

Na verdade, chove aqui dentro, muito mais do que seus olhos podem ver.
Eu me distanciei do mundo material,
por ser uma dimensão cheia de pontas que rasgam a minha carne.
E por isso, você não vê o quanto eu preciso de você aqui.


Eu queria, queria que eu não tivesse este sentimento.
Algo que não consigo expressar em palavras, que corrói minha alma.
Algo que me arranca das muralhas que defendem o meu frágil castelinho de areia que guarda o meu coração.
Coração ferido. Coração despedaçado. Coração frio. Coração morto.


Queria que você pudesse ver a chuva dentro de mim,
sentir o quanto que minhas lágrimas caem internamente,
perceber o esforço que me custa todos os sorrisos para este mundo cinza e nublado.


Maldição. Sem esta chuva aqui fora, todos veriam.
Sim, eu choro.
Não da mesma forma que todos.
O meu choro, não produz som. Não saem lágrimas.
Mas ainda assim, eu preciso da chuva.
Ela lava as lágrimas que meus olhos não conseguem por para fora.


Chuva, eu te amo.
Você, me mantém forte o suficiente para sorrir para um mundo onde o sol brilha.
Com uma cor cinza e indiferente.
Em um mundo onde corpos te enganam e te apunhalam para ver o quanto você pode sangrar...